A implementação da nova lei sobre guarda compartilhada no Brasil tem mostrado resultados significativos, conforme indicado pelos dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mudança na legislação, que busca promover uma responsabilização conjunta e mais equitativa entre os pais após a separação ou divórcio, tem refletido em um aumento notável na adoção deste modelo de guarda.
Segundo a pesquisa divulgada pelo IBGE, o número de pais que optaram pela guarda compartilhada dos filhos subiu de 7,5% em 2014 para impressionantes 34,5% em 2021. Este crescimento pode ser atribuído não apenas à alteração na legislação, mas também a uma mudança na percepção social sobre a importância da presença equilibrada de ambos os pais na vida dos filhos.
A Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014, foi um marco para a guarda compartilhada no Brasil, estabelecendo-a como regra, mesmo na ausência de acordo mútuo entre os pais, exceto em casos onde um dos pais renuncie à guarda ou seja considerado inapto. Esta legislação enfatiza o bem-estar da criança, promovendo um ambiente familiar mais harmonioso e menos conflituoso, mesmo após o término da relação conjugal dos pais.
Evolução na Compreensão da Co-parentalidade
A tendência crescente da guarda compartilhada reflete uma evolução na compreensão da co-parentalidade, onde se reconhece que o envolvimento ativo e equilibrado de ambos os pais é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança. Essa abordagem está alinhada com as pesquisas em desenvolvimento infantil, que apontam para os benefícios de um forte vínculo com ambos os pais, incluindo melhores desempenhos acadêmicos, emocionais e sociais para a criança.
Apesar dos avanços legislativos e do aumento na adoção da guarda compartilhada, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a necessidade de adaptação das estruturas familiares e judiciais para facilitar essa forma de guarda. A capacidade dos pais de manterem uma comunicação eficaz e de colaborarem pelo bem-estar dos filhos é crucial para o sucesso desse modelo de guarda.
A nova lei sobre guarda compartilhada no Brasil representa um progresso significativo na abordagem das questões de guarda de filhos pós-divórcio, promovendo um modelo mais equitativo e benéfico para o desenvolvimento das crianças. Os dados do IBGE destacam o crescente reconhecimento da importância dessa abordagem, marcando uma mudança positiva nas dinâmicas familiares brasileiras.
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